quarta-feira, 2 de maio de 2012

MATO GROSSO Revoltante – Situação de obras na BR-364 se complica


LIBERADO –> Ao invés de soluções, o Comitê Pró-Rodovias, movimento formado por membros da sociedade rondonopolitana, recebeu ontem (30/04) notícias ainda mais desanimadoras em relação às principais obras envolvendo a BR-364, em Rondonópolis, sendo a travessia urbana, as novas alças do viaduto, a duplicação da rodovia até Cuiabá e a estrada alternativa pelo Pantanal (MT-040). As informações foram repassadas em reunião com a presença do superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em Mato Grosso (Dnit-MT), Luiz Antônio Garcia, do deputado federal Wellington Fagundes, do prefeito Zé Carlos do Pátio, do dono da empresa Objetiva Engenharia, Francisco de Sales, dos deputados estaduais J. Barreto e Nininho, de vereadores, de membros do Comitê e da imprensa.


O principal alvo da discussão foi encontrar encaminhamento para resolver os problemas existentes nas obras da travessia urbana em Rondonópolis. Diante do impasse, o prefeito Zé Carlos decidiu convocar uma nova reunião, para esta quarta-feira (02/05), com as partes envolvidas, para ao menos encontrar uma solução paliativa objetivando acabar com a confusão no tráfego e a grande quantidade de poeira em um trecho de 1,1 quilômetro da pista antiga da BR-364, onde o asfalto foi retirado e não foi recomposto. As obras da travessia urbana são geridas pela Prefeitura de Rondonópolis, responsável pela contratação da empreiteira, aferição dos serviços e dos pagamentos. 


Em menos de 60 dias de uso, o pavimento da pista nova da travessia apresentou anomalias e, em seguida, as obras de pavimentação foram paralisadas. “Revolver a questão da poeira é emergencial. Não podemos chorar a morte de outro Mathias [empresário morto no passado em acidente na BR-364]”, alertou o empresário Samuel Logrado, do Comitê Pró-Rodovias.


SITUAÇÕES – Uma série de esclarecimentos quanto às obras da travessia urbana da BR-364 foi feita nesta reunião. Em vários momentos, membros da sociedade se pronunciaram, de forma indignada, contra a situação das obras nas rodovias federais da região. “As obras começam, mas não terminam, não acontecem na região sul!”, lamentou o executivo Miguel Weber. Em sua justificativa, o prefeito Zé Carlos deixou claro que o projeto em relação ao pavimento da travessia urbana ficou sub-dimensionado, pois foi confeccionado em 2006 e não acompanhou o crescimento expressivo de tráfego que houve em seis anos, até agora em 2012. Ele apontou que a solução é a revisão do projeto de pavimento, visando que o mesmo tenha uma espessura que suporte a demanda atual. 


Nesse sentido, pediu agilidade do Dnit para aprovação dessa revisão. Além de iniciar a licitação para contratação de uma empresa para fazer a revisão desse projeto, anunciou que vai licitar novamente e ampliar a equipe de consultoria de fiscalização da obra.


O deputado Wellington Fagundes, no entanto, ponderou que a aprovação da execução do projeto revisado e aditivado – o que encarecerá mais a obra da travessia urbana – é um processo demorado. Como vai ultrapassar o limite permitido de acréscimo de custo através de aditivos, alertou que é algo muito difícil de ser aprovado em Brasília. Ele enfatizou a necessidade de proceder um serviço provisório no trecho onde o asfalto foi retirado, com o intuito minimizar com o risco à população. 


Mesmo nesse trecho da pista velha, explicou que a base do pavimento está comprometida. Uma sugestão dada pelo deputado federal foi de que a sociedade ou a Câmara acione a Justiça para determinar que a Prefeitura possa concluir esse trecho sem asfalto de imediato, antes do término dos trâmites para a execução do projeto de pavimento revisado. Nesse caso, vale observar que as demais obras da travessia que não envolvem o pavimento teriam condições de continuar, a exemplo de obras de passagem subterrânea, na Vila Mamed, obras de drenagem, entre outras.


Francisco de Sales, por sua vez, fez questão de lembrar a história da sua empresa ao longo de 22 anos de existência em Rondonópolis. A informação é de que 45,7% da obra toda foi executada até agora. O empresário afirmou que, na verdade, as falhas verificadas na obra são responsabilidade das três partes: Prefeitura, Dnit-MT e Objetiva. Contudo, externou que todos são problemas técnicos, sem dolo ou má-fé. “É legítimo a sociedade cobrar, mas está muito difícil. Todos nós estamos sofrendo muito”, desabafou. 


Acrescentou que vai assumir a responsabilidade, por conta própria dos custos, da parte que lhe couber, reforçando que se trata de erro estritamente técnico que ocorreu no pavimento novo. Também informou que a Objetiva foi a primeira a notificar os órgãos envolvidos dos problemas ocorridos no pavimento novo. “Hora nenhuma fugimos da nossa responsabilidade”, garantiu, lembrando da necessidade de redimensionamento do projeto do pavimento.


Conforme o superintendente do Dnit-MT, realmente o projeto de pavimento da travessia urbana está defasado em relação à demanda atual. “Realmente o projeto está obsoleto, tem de ser revisado”, admitiu. Para garantir celeridade nessa revisão, comprometeu-se em discutir esse projeto de forma conjunta com a Prefeitura. “Vamos fazer a quatro mãos”, externou quanto à revisão. 


Contudo, voltou a lembrar que não há um prazo certo para autorização desse projeto revisado por Brasília. Quanto às anomalias apresentadas, informou que o Dnit abriu um processo para apurar as responsabilidades da empresa de consultoria contratada pelo órgão para acompanhar a obra. “O nosso esforço é para que a obra saia com qualidade e adequação do projeto”, externou. De forma emergencial, assegurou liberação de recursos para providenciar a sinalização adequada no trecho de pista sem asfalto.

Viaduto e duplicação até Cuiabá também com impedimentos
Trecho da pista antiga da BR-364 na travessia urbana, onde o asfalto foi retirado e gera grande poeira, não tem solução ainda
Outros assuntos ligados à BR-364 tratados na noite de ontem com os membros do Comitê Pró-Rodovias foram a situação das obras do viaduto local e da duplicação geral da BR-364 entre Rondonópolis e Rosário Oeste, passando por Cuiabá. Quanto aos impedimentos para conclusão das obras do viaduto, o deputado Wellington Fagundes se comprometeu em buscar nesta quinta-feira (03/05) um encaminhamento junto à Procuradoria Geral do Estado e ao Governo do Estado. Um do empecilhos é a falta do depósito pelo Estado, de pouco mais de R$ 150 mil, determinado pela Justiça, para autorizar a desapropriação de dois imóveis no entorno da área do viaduto.


Sobre a duplicação da BR-364 no trecho em questão, a espera era pelo lançamento do edital de licitação neste mês de abril. Contudo, o superintendente do Dnit-MT, Luiz Antônio Garcia, revelou ontem que agora não há nem previsão da licitação, diante de um parecer da procuradora do órgão por fazer esse lançamento somente após a realização das desapropriações necessárias – o que pode demorar anos. Nesse sentido, relatou que estão tentando repassar a licitação para que seja feita pelo Governo do Estado. 


Mesmo assim, reforçou que toda a parte burocrática necessária para o lançamento da licitação está pronta.
MT-040 – Cobrado pelo empresário Elmo Bertinetti, do Comitê Pró-Rodovias, o deputado Wellington Fagundes observou que, apesar da obra de pavimentação do trecho restante da MT-040 estar licitada, o Governo do Estado vem concentrando recursos basicamente em Cuiabá, em função da Copa do Mundo. As alternativas, segundo ele, seriam usar recursos do Prodetur ou da interligação de cidades.


Serra de São Vicente – Pelo menos nesse caso, o Dnit informou que as obras de duplicação do trecho da Serra, em Cuiabá, estão totalmente prontas, devendo serem entregues em breve à sociedade.


Fonte - atribunamt
Webmaster - Ailtton Santos

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